rstudio::conf: Sessão Final

No início de Janeiro desse ano ocorreu a primeira rstudio::conf, uma conferência sobre R promovida pela Rstudio. A conferência parece ter sido bem animada! Teve até um passeio para o parque do Harry Potter na Florida, e surgiram memes como a imagem abaixo.

Em termos de conteúdo, parece que foi sensacional. Para quem não teve oportunidade de ir, os videos da conferência foram divulgados aqui como bem lembrado pelo blog Análise Real.

Eu ainda não tive tempo de passar por todas as palestras e comecei pelo fim. Vi o vídeo da última sessão da conferência que era nada mais nada menos do que uma sessão de perguntas com J.J. Allaire, Hadley Wickham e Joe Cheng. Para quem não conhece, o primeiro é fundador do RStudio, outro é o criador do tidyverse, ggplot2, etc e o último é o criador do Shiny.

A discussão foi muito interessante, tratando de importantes temas sobre o desenvolvimento do R. Vou resumir as minhas impressões nesse post, mas ressalvo que vale muito a pena ver o vídeo.


A sessão começa com 2 perguntas do moderador Joseph Rickert. A primeira falando sobre a conferência em que J.J., Joe e Hadley, é claro, estão muito satisfeitos. Gosto bastante da resposta do Hadley para essa pergunta:

Nossa métrica de sucesso é o seu sucesso e é muito bom ver vocês usando as ferramentas que desenvolvemos para resolver problemas importantes. Isso é fantástico.

A segunda pergunta é filosófica, mas o objetivo é saber dos participantes o que os motiva nos trabalhos open-source. J.J. Allaire argumenta que desenvolver software open-source é muito gratificante porque estes são duráveis, não estão ligados ao sucesso ou fracasso de nenhuma companhia. Ele acha que se você quer encontrar significado no seu trabalho e ver que seu software teve impacto na comunidade não tem nada melhor do que desenvolver open-source.

A partir daí as perguntas são abertas ao público (11 min do vídeo). A primeira pergunta é bem interessante: Quais são os limites do R? A resposta do J.J. Allaire é muito boa e está razoavelmente bem explicada nessa entrevista que ele deu para o blog do RStudio em Outubro do ano passado. Basicamente, ele diz que se o R for encarado como uma linguagem de programação ele possui limites bem claros, porque o R não foi desenvolvido para ser uma linguagem de programação e sim para ser uma interface de usuário. O R, quando ainda era S, foi desenvolvido para ser uma interface para códigos em Fortran. Como interface de usuário, segundo Allaire, o R pode ser interligado sempre à melhor ferramenta de computação que existir. Portanto, se pensarmos no R como interface de usuário, não há limites. Ainda nesta pergunta, Joe Cheng fez uma comparação interessante entre R, Python e Go.

Uma outra pergunta interessante é sobre como convencer quem usa Excel a começar a usar o R. As respostas são muito legais! O Hadley pensa que a primeira parte é mostrar o como com o R você pode ter facilidade para fazer diversas coisas, apresentar as comodidades que ele trás. O JJ Allaire, ressalta que a curva de aprendizado do R é muito mais lenta, por isso, educar e ajduar a tornar o processo de aprendizagem mais simples é crucial para que a adoção do R aumente quando comparado ao Excel.

Enfim, a palestra passa por muitos outros assuntos interessantes como Deep Learning no R, o futuro do R quanto a tipagem (relacionando com TypeScript, etc.), ferramentas de teste para Shiny, inovação e empoderamento no R, R Users Group, paralelização, CRAN e Github e planos do RStudio para os próximos anos.

Enfim, espero que este post tenha dado vontade de assistir o vídeo. Convido-os a comentar as partes que vocês acharam mais interessantes!

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